Tinha passado a noite a pensar, o
que eu estou fazendo aqui nessa escuridão encasquetado com isso. Foi de repente
que tudo se resolveu no seu juízo. Lembrara os fogos de artifício que anunciavam
um momento feliz na vida das pessoas e que aquele dia 1º de janeiro tinha algo
de bom na sua estressada e desatenta vida. Solucionara que a contagem
regressiva, apesar de uma repetição, estarem comemorando que estavam mais
velhos e a promessa de mais um dos "tantos carnavais" se aproximava,
representava a esperança de um ano de coisas boas, de momentos felizes, e da
maior união entre as pessoas. Mas o que realmente ele enxergava antes desse dia
e fazia com que ele ficasse madrugada do dia 2 de janeiro sem dormir pensando era
um mundo onde estar perto era estar distante, vizinhos que batiam aquele velho
papo na calçada agora estavam a conversar com teclas de computador e monitores
e se viam "felizes" por serem bem sucedidos nos relacionamentos com
as pessoas. Intrigado com esse mundo onde o ego de ser mais rico, mais poderoso,
melhor que os outros é ser aceitável para uns e ignorado por outros, onde a
desigualdade é visível e inescrupulosa. Foi quando ele pensou como poderia
mudar isso e resolveu que num teria mais jeito, mas poderia fazer a parte dele
e solucionou o que lhe interrogava. Resolveu que nos próximos Natais além de
trocar presentes com seus queridos iria ver o significado dos mesmos que sucederiam,
e resolveu que uma pessoa nasceu naquela época e “quase sempre” é lembrado, que
sozinho conseguiu fazer sua parte para fazer nos lembrar e refletir, que o seu
ano novo ira ser velho se não desse seu exemplo para cada e seguisse o exemplo
do verdadeiro sentido dessas datas festivas. Refletiu e conseguiu dormir
naquela noite pensando como seria bom se cada um perdesse uma noite da sua vida
pensando nos que tem fome, nos que só tem a guerra como escolha de vida, nos
que são injustiçados, naqueles que perdem seus parentes por eles não seguirem “caminhos
certos”, nos que são hipócritas em mostrar pros outros a ilusão das suas boas
vontades, nas famílias que só têm o nome estruturado, nos que pedem e poderiam
estar trabalhando por atitudes nossas, nos que não lhe aceitam como você é, nos
que nos intitulam pela cor que possuímos e não ligam para o conteúdo, nos que
estão abandonados esperando nossa presença, nos que enxergam a cruel realidade
e nada fazem, nos que precisam de você e vocês “não precisa” deles. E o melhor,
aprendeu que poderá dormir sossegado nas próximas noites por ter refletido
sofre o que o mundo é para nós e o que somos para ele.
Sonhos de um eterno sonhador...
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